Crónicas de Ariana

«Se não houver frutos, valeu a beleza das flores... Se não houver flores, valeu a sombra das folhas... Se não houver folhas, valeu a intenção da semente...» Henfil

31 janeiro 2006

Um destino...



Nestes dias frios que se fazem sentir em qualquer região do nosso país, que tal uma escapadela (nem que seja só através do olhar) por um destino como Bora Bora!


Adoro viagens, por isso gostava que me dissessem qual o destino que vocês elegeriam para passar as próximas férias de Verão!

25 janeiro 2006

Como explicar o amor...

Numa das minhas pesquisas na net, encontrei este texto... gostaria de partilhá-lo convosco!



Um dia reuniram-se os sentimentos e as qualidades dos Homens num lugar da Terra.
Quando o Aborrecimento reclamou pela terceira vez, a Loucura, como sempre, tão louca, lhes propôs:
- Vamos brincar às “escondidas”?
A Intriga levantou a sobrancelha, intrigada, e a Curiosidade, sem poder conter-se, perguntou: Às escondidas? Como é isso?
- É um jogo - explicou a Loucura - em que eu fecho os olhos e começo a contar de um a um milhão enquanto vocês se escondem, e quando eu tiver terminado de contar, o primeiro que eu encontrar ocupará o meu lugar para continuar o jogo.
O Entusiasmo dançou seguido pela Euforia.
A Alegria deu tantos saltos que acabou por convencer a Dúvida e até mesmo a Apatia, que nunca se interessava por nada.
Mas nem todos quiseram participar…
A Verdade preferiu não se esconder. Para quê? Se no final todos a encontravam?
A Soberba referiu que era um jogo muito tonto (no fundo o que a incomodava era que a ideia não tivesse sido dela) e a Covardia preferiu não arriscar.
- Um, dois, três, quatro... - começou a contar a Loucura.
A primeira a esconder-se foi a Pressa, que como sempre caiu atrás da primeira pedra do caminho!
A Fé subiu ao céu e a Inveja escondeu-se atrás da sombra do Triunfo, que com o seu próprio esforço, tinha conseguido subir à copa da árvore mais alta.
A Generosidade quase não conseguia esconder-se, porque cada local que encontrava lhe parecia maravilhoso para algum dos seus amigos - se era um lago cristalino, ideal para a Beleza; se era a copa de uma árvore, perfeito para a Timidez; se era o voo de uma borboleta, o melhor para a Volúpia; se era uma rajada de vento, magnífico para a Liberdade. E assim, acabou por se esconder num raio de sol.
O Egoísmo, ao contrário, encontrou um local muito bom desde o início. Ventilado, cómodo, mas apenas para ele.
A Mentira escondeu-se no fundo do oceano (mentira! Na realidade, escondeu-se atrás do arco-íris) e a Paixão e o Desejo no centro dos vulcões.
O Esquecimento, não se recorda onde se escondeu, mas isso não é o mais importante.
Quando à Loucura estava já no 999 999!
O Amor ainda não tinha encontrado um local para se esconder, pois todos já estavam ocupados, até que encontrou um roseiral e, carinhosamente, decidiu esconder-se entre as suas flores.
- Um milhão - contou a Loucura, e começou a procurar.
A primeira a aparecer foi a Pressa, apenas a três passos de uma pedra. Depois, escutou-se a Fé a discutir com Deus no céu sobre zoologia.
Sentiu-se vibrar a Paixão e o Desejo nos vulcões.
Num descuido encontrou a Inveja e, claro, pôde deduzir onde estava o Triunfo.
O Egoísmo, nem teve que procurar, porque ele, sozinho, saiu disparado do seu esconderijo, que na verdade era um ninho de vespas.
De tanto caminhar, a Loucura sentiu sede e, ao aproximar-se de um lago, descobriu a Beleza.
A Dúvida foi mais fácil ainda, porque a encontrou sentada sobre uma cerca sem decidir de que lado esconder-se.
E assim os foi encontrando a todos…
O Talento entre a erva fresca. A Angústia numa cova escura.
A Mentira atrás do arco-íris (mentira! Estava no fundo do oceano.) e até o Esquecimento, que já tinha esquecido que estava a brincar às escondidas.
Apenas o Amor não aparecia em nenhum local!
A Loucura procurou atrás de cada árvore, debaixo de todas as rochas do planeta e em cima das montanhas. Quando estava a ponto de dar-se por vencida, encontrou um roseiral. Pegou uma forquilha e começou a mover os ramos, quando no mesmo instante, escutou-se um doloroso grito. Os espinhos tinham ferido o Amor nos olhos!
A Loucura não sabia o que fazer para se desculpar: chorou, rezou, implorou, pediu perdão e até prometeu ser a sua guia.
Desde então, desde que pela primeira vez se brincou às escondidas na Terra: o Amor é cego e a Loucura sempre o acompanha.

15 janeiro 2006

A caixinha dourada...

Há algum tempo atrás, um homem castigou a sua filha de três anos por desperdiçar um rolo de papel de presente dourado.
O dinheiro era pouco naqueles dias, razão pela qual o homem ficou furioso ao ver a menina a embrulhar uma caixinha com aquele papel dourado e a colocá-la debaixo da árvore de Natal.
Apesar de tudo, na manhã seguinte, a menina levou o presente ao seu pai e disse: "Isto é para ti, Papá!"
Ele sentiu-se envergonhado da sua furiosa reacção, mas voltou a "explodir" quando viu que a caixa estava vazia.
Gritou e disse: "Tu não sabes que quando se dá um presente a alguém, coloca-se alguma coisa dentro da caixa?"
A menina olhou para cima, com lágrimas nos olhos, e disse: "Oh Papá, não está vazia. Eu soprei beijinhos para dentro da caixa. Todos para ti, Papá".
O pai quase morreu de vergonha, abraçou a menina e suplicou-lhe que lhe perdoasse.
Dizem que o homem guardou a caixa dourada ao lado da sua cama por anos e, sempre que se sentia triste, chateado, deprimido, pegava na caixa e tirava um beijo imaginário, recordando o amor que a sua filha ali tinha colocado.
De uma forma simples, mas sensível, cada um de nós tem recebido uma caixinha dourada, cheia de amor incondicional e beijos dos nossos pais, filhos, irmãos e amigos...
Ninguém tem uma propriedade ou posse mais bonita que esta...

07 janeiro 2006

Como sobreviver na nossa infância!

Se foste criança nos anos 60, 70 ou princípio dos anos 80… Como fizeste para sobreviver?

De crianças andávamos em automóveis que não tinham cintos de segurança, nem airbag…
Ir na parte de trás de uma carrinha era um passeio especial que ainda hoje recordamos.
As nossas camas estavam pintadas com cores brilhantes de pinturas com produtos tóxicos.
Não tínhamos tampas especiais nas garrafas de detergente ou nas embalagens de medicamentos.
Quando andávamos de bicicleta não usávamos capacete.
Bebíamos água da torneira e não de uma garrafa de água mineral.
Gastávamos horas e horas a construir os nossos carros e nas estradas inclinadas percebíamos que não tínhamos travões.
Depois de vários choques contra algumas árvores aprendemos a resolver o problema.
Nós raramente chocávamos com automóveis!Saíamos para brincar com a única condição de regressarmos antes de anoitecer.
A escola durava até ao meio-dia.
Chegávamos a casa para almoçar e depois voltávamos para a escola.
Não tínhamos telemóvel, por isso ninguém podia localizar-nos. Impensável!
Quando nos cortávamos, partíamos uma perna ou um braço ou perdíamos um dente nunca ninguém reclamava por isso.
Ninguém era culpado a não ser nós mesmos.
Comíamos biscoitos, pão e manteiga, ingeríamos bebidas com açúcar e nunca tínhamos excesso de peso, porque andávamos sempre em movimento a gastar energias…
Partilhávamos uma bebida… bebíamos da mesma garrafa e ninguém morria por isso.Não tínhamos playstations, nintendo, X-boxes, jogos de vídeo, 99 canais de televisão, videogravadores, equipas de som, telemóveis pessoais, computadores, chatroms na Internet… mas TÍNHAMOS AMIGOS.
Saíamos, andávamos de bicicleta e caminhávamos até a casa de um amigo. Entrávamos sem tocar e saíamos para jogar.
Lá fora! Nesse mundo terrível! Sem nenhum guardião! Como fazíamos? Formávamos grupos para jogar à bola; nem todos eram eleitos e nem por isso ficavam traumatizados.
Alguns estudantes não eram tão brilhantes como outros e quando perdiam um ano, repetiam. Ninguém ía ao psicólogo, ao psicopedagogo, ninguém tinha dislexia, nem problemas de atenção, nem hiperactividade, simplesmente repetiam o ano e tinham uma segunda oportunidade.
Tínhamos liberdade, fracassos, êxitos, responsabilidades e aprendemos a geri-los.
A grande pergunta é: como fizemos para sobreviver? E sobretudo, como fizemos para ser as grandes pessoas que somos agora?

Tu és dessa geração? Então, foste SUPER FELIZ!