Crónicas de Ariana

«Se não houver frutos, valeu a beleza das flores... Se não houver flores, valeu a sombra das folhas... Se não houver folhas, valeu a intenção da semente...» Henfil

15 janeiro 2006

A caixinha dourada...

Há algum tempo atrás, um homem castigou a sua filha de três anos por desperdiçar um rolo de papel de presente dourado.
O dinheiro era pouco naqueles dias, razão pela qual o homem ficou furioso ao ver a menina a embrulhar uma caixinha com aquele papel dourado e a colocá-la debaixo da árvore de Natal.
Apesar de tudo, na manhã seguinte, a menina levou o presente ao seu pai e disse: "Isto é para ti, Papá!"
Ele sentiu-se envergonhado da sua furiosa reacção, mas voltou a "explodir" quando viu que a caixa estava vazia.
Gritou e disse: "Tu não sabes que quando se dá um presente a alguém, coloca-se alguma coisa dentro da caixa?"
A menina olhou para cima, com lágrimas nos olhos, e disse: "Oh Papá, não está vazia. Eu soprei beijinhos para dentro da caixa. Todos para ti, Papá".
O pai quase morreu de vergonha, abraçou a menina e suplicou-lhe que lhe perdoasse.
Dizem que o homem guardou a caixa dourada ao lado da sua cama por anos e, sempre que se sentia triste, chateado, deprimido, pegava na caixa e tirava um beijo imaginário, recordando o amor que a sua filha ali tinha colocado.
De uma forma simples, mas sensível, cada um de nós tem recebido uma caixinha dourada, cheia de amor incondicional e beijos dos nossos pais, filhos, irmãos e amigos...
Ninguém tem uma propriedade ou posse mais bonita que esta...

11 Comments:

  • At domingo, 15 janeiro, 2006, Blogger Amaral said…

    É uma história que podemos repetir vezes sem conta, porque encerra uma lição grandiosa na ingenuidade e sinceridade duma criança. Diz-se que a verdade e a pureza estão no coração duma criança, enquanto a turbulência da sociedade onde está inserida ainda não as machucarem e alterarem.
    O certo é que uma criança é sempre pura de sentimentos e a sua mente permanecerá saudável muito pouco tempo, já que os anúncios, os filmes, os jogos, irão, desde cedo, bombardeá-la até à exaustão...

     
  • At segunda-feira, 16 janeiro, 2006, Blogger Zel said…

    Falo como Pai e da força que os nossos filhos nos dão, são efectivamente o nosso tesouro, tenho pena de muitos tesouros que não são descobertos, apesar de todo o carinho que dão aos Pais, ainda são maltratados, as noticias que diariamente nos entram em casa são prova disso, lamentavelmente por vezes tão perto de nós.


    Grande abraço

     
  • At segunda-feira, 16 janeiro, 2006, Blogger José Miguel Marques said…

    excelente texto que mostra como as coisas simples da vida são sem sombra de dúvida as que têm mais valor

     
  • At segunda-feira, 16 janeiro, 2006, Anonymous Anónimo said…

    por vezes nem todos nos apercebemos das caixinhas douradas que nos são entregues

     
  • At segunda-feira, 16 janeiro, 2006, Blogger Ana said…

    Já conhecia a história...É sempre bom reler, principalmente porque acho a história linda!!

     
  • At segunda-feira, 16 janeiro, 2006, Blogger Anna72 said…

    É impressionante a simplicidade do que realmente é importante na vida! Excelente história!

     
  • At segunda-feira, 16 janeiro, 2006, Blogger margarida said…

    Não conhecia a história mas é linda!
    Que os beijinhos das nossas caixinhas nunca acabem...

     
  • At segunda-feira, 16 janeiro, 2006, Blogger JL said…

    Um dia, há muitos anos, li um livrinho pequenino que se chamava: "A importância das pequenas coisas" e que nos recordava que uma casa que precisa de 1000 tijolos para ser construída se não tiver um dos tijolos já não cumpre o seu objectivo.
    Este texto, lindíssimo, recorda-nos os pequenos gestos coroados de grandiosidade.

     
  • At terça-feira, 17 janeiro, 2006, Blogger Unknown said…

    É bom sentirmos que ainda temos essa caixinha para oferecer aos pais …
    É bom que nunca esqueçam de oferecer essas caixinhas …
    É bom que não se perca essa dádiva …
    É bom receber … nada … e ao mesmo tempo tudo!
    Os Pais merecem, eles deram tudo … tudo … tudo e agora? … Eles só querem essa caixinha, nem que seja a mais pequenina que tivermos.

    Abraços

     
  • At terça-feira, 24 janeiro, 2006, Blogger sattelite said…

    Mais um magnifico post,ainda não sou pai mas espero aprender alguma lição com esta história. Escreve mais...

     
  • At quarta-feira, 12 abril, 2006, Anonymous Anónimo said…

    A Caixinha Dourada


    Existe uma história, de uma pequena garotinha,
    que vivia numa humilde casa com sua mãe.
    Uma mulher amargurada pela pobreza, que pouco dava atenção a sua filha.
    Um dia, chegando de seu penoso trabalho,
    pegou a garota, mexendo em uns papéis dourados
    que a mãe guardava de um antigo presente,
    vendo aquilo à mãe repreendeu a garota na mesma hora.
    E ouviu da menina a seguinte explicação:
    -Mamãe, estou fazendo uma caixinha, para lhe dar um presente.
    -Constrangida pela sua aspereza, à mãe se propôs a ajudar a menina,
    terminada a caixinha, a menina correu para o quarto e voltou todo feliz,
    e então entregou a caixinha dourada para sua mãe,
    que ao abrir, imediatamente se irritou dizendo:
    -Você não disse, que esta caixa era para um presente?
    E entrega-ma vazia? A menina começou a chorar,
    com a brutalidade da mãe e retrucou:
    -Mamãe, a caixinha não está vazia, eu a enchi de beijinhos, um para cada dia.
    A mãe se comoveu, com o gesto de sua filha, e a abraçou com ternura.
    -E dizem que, até o fim de seus dias, ela guardou a caixinha dourada,
    bem próxima a sua cama, e passou a abri-la, todos os dias.
    Autor :Natália Cardoso Nascente
    nathy_docinho23@hotmail.com

     

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